terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Os erros que empurram a qualidade do ensino para o ralo - PEB II

O Estado tem o objetivo de melhorar o ensino e para isso busca caminhos para alcançar este objetivo, no entanto, comete erros grosseiros o que trava a melhoria do ensino e em alguns casos apenas o piora. Podemos verificar isso em alguns erros do passado e agora estamos presenciando mais um destes erros na atribuição de aulas desse ano.


Afirmo isto pelo seguinte motivo:

Houve provas classificatórias para a atribuição, no entanto, estas provas foram por disciplinas e a classificação nas listagens por áreas, por exemplo quem fez prova de Biologia, Química, Ciências, Física ou Matemática se classificam na mesma lista, mesmo tendo feito provas diferentes. É evidente que as dificuldades são diferentes, ou seja, a prova de Física pode estar mais difícil do que a prova de Matemática, ou a prova de Ciências pode estar muito mais fácil que a prova de Matemática mesmo para os docentes das respectivas áreas, não é possível quantificar estas dificuldades, logo também não é possível classificar de maneira justa em uma mesma lista os que prestaram provas diferentes.

É comum encontrar professores que na atribuição pegam aulas de matemática, mas optaram por fazer prova de Biologia, Ciências ou até mesmo Química, pois não se sentiam aptos a fazer a prova de Matemática. No entanto, mesmo não se sentindo aptos na hora da atribuição o que conta é o sustento da família, assim pegam as aulas que estiverem disponíveis, e não os critico por isso, assim é o sistema. Mas pergunto: Vocês acham que quem optou por não fazer a prova de Matemática por receio, insegurança ou sei lá o que, está mais apto a ministrar aulas desta disciplina do que os que a prestaram? Sinceramente é obvio que não.

Essa classificação por áreas e não por disciplinas, foi a maior besteira que podiam fazer. Se o ensino da matemática está ruim com os professores de matemática quem dirá o professor de ciências dando aula de matemática, ou professor de Biologia dando aula de matemática para Ensino Médio. É absurdo o nível do erro cometido classificando os professores por áreas e não por disciplinas. Quando a classificação era só por tempo de serviço estava correto, mas será que não perceberam que mudou a maneira de classificação. É muita falta de competência da Secretaria de Educação.

Mais uma observação, obtive a informação de um importante membro da Apeoesp de Mogi Mirim que afirmou que na Diretoria de Mogi Mirim que abrange Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Itapira e mais 10 cidades não chegou nem a 10 o número de Professores que atingiram 40 questões, isso não é nem 2% dos que prestaram a prova. Para quem conhece bem matemática e resolve de maneira adequada as questões sabe que 03 minutos por questão não é possível se medir o conhecimento. É evidente que esta prova foi mal formulada, por haver tempo curto para resolução e total insensatez ao igualar o tempo de resolução das questões das provas de leitura que se resolvem apenas com leitura, interpretação e consulta a memória com questões de matemática que exigem além da leitura, interpretação e consulta a memória aplicação de cálculos e procedimentos matemáticos.

Acredito que há muitos professores inaptos a ministrar aulas e estes tem que passar por reciclagem, mas também sei que a maior parte dos professores e não apenas os adeptos do método Kumon, acertariam na média mais do que até 50 questões.

A contribuição da piora do ensino da matemática através destes erros grotescos é uma vergonha.

Eu fiquei em 28ª na classificação da categoria L então pra mim está joia, mas não posso me aquietar diante da injustiça que foi realizada. Realmente: ISTO É UMA VERGONHA.

2 comentários:

  1. Parabéns pela postagem Fábio, principalmente por nos informar sobre esse absurdo mesmo tendo tido uma boa colocação dos testes.
    Isso é se posicionar politicamente de forma integra.
    A educação vai muito mal. E o governo estadual e federal vive fazendo propaganda de seus programas.
    Um dos grandes problemas são as pessoas que dirigem estas ações.
    Outro é o fato da educação ainda estar presa a um modelo estadual rígido e conservador desprezando a longa extensão do nosso território brasileiro e de sua pluralidade cultural.
    Gostaria que você postasse sua opinião pra gente algo sobre a municipalização do ensino público.
    Mais uma vez parabéns,
    Abração.
    Elvis

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  2. Obrigado pela colocação Elvis. Em relação a municipalização do Ensino Público e sobre a sua qualidade em breve estarei postando algo. Atualmente estou fazendo algumas visitas em escolas e analisando dados. Grande abraço.

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