quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O dinheiro é nosso, mas a gente espera.

Em anos de eleições sempre os montantes dos recursos liberados pela União e pelo Estado aos municípios crescem. Coincidência? Sabemos que não. O motivo é obvio e as conseqüências também. Vejamos:
A maioria sabe que os recursos são liberados nos momentos em que os governantes acreditam que trarão maiores resultados para a capitalização de votos. Uma motivação fácil de entender, já que a frase “O brasileiro tem memória curta.” é amplamente compartilhada e aparenta-se que os nossos parlamentares, assim como boa parte de nós, tem a crença de que esse ditado é verdadeiro, logo, estes por nós eleitos, deixam seus momentos mais improdutivos e muitas vezes maléficos para os períodos mais longe o possível de eleições, pelo menos tentam fazer isso – algo que o Governador José Roberto não conseguiu - enquanto as inaugurações, liberações de verbas, ou qualquer tipo de glamour que possa ser causado pelo cargo eletivo, além de amplamente divulgado é deixado para ser desfrutado o mais próximo o possível do sufrágio que definirão seus destinos políticos.
E as conseqüências destes comportamentos? Estas, também obvias, são a espera excessiva do povo, por uma moradia, por melhor sistema de saúde, por melhorias nos serviços públicos. Os investimentos em saúde como construção de UBSs, ou investimentos em esporte, ciência e tecnologia como construção de quadras e inclusão digital, são problemas do povo e na visão dos governantes dá para esperar, e claro que não arriscam deixar de capitalizar votos só porque o povo vai sofrer um pouco mais.
É assim mesmo, o povo sempre fica pra depois, pois o povo é coletivo e o eu tem preferência em relação ao nós. O umbigo de cada um, nestes casos, sempre vem na frente dos demais. E o pior é que todo esse merchandising é pago por nós, pelos nossos impostos, pelos aproximadamente 40% de tudo que ganhamos com nosso trabalho. É triste mais é isso mesmo que acontece, gozam com nossos recursos. E olhando para o horizonte me pergunto: Será que vai mudar? Eu sinceramente torço para que mude, mais com a mesma sinceridade digo que não vejo perspectivas para que seja diferente em um futuro próximo, pois ter o eu em primeiro lugar, naturalmente, não é uma característica específica da classe, pelo contrário, é muito mais comum do que achar corintiano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário